Ela se pergunta como não percebeu que sua filha estava sendo abusada por alguém que ela confiava, em um lugar que considerava seguro.
O abuso sexual infantil é uma realidade aterradora que nenhuma mãe ou pai espera enfrentar. A percepção de que a sua criança, a quem você prometeu proteger e amar, poderia ter sido vítima de uma atrocidade tão perversa, é uma sensação de impotência e fracasso que corta o coração.
Uma mãe australiana anônima, cuja filha foi uma das 91 meninas supostamente abusadas por um professor de creche, compartilhou sua experiência e dor em carta dilacerante, perguntando: “Como eu não vi isso acontecer?”
A sombra desconhecida
Em sua carta, publicada anonimamente no grupo Brisbane Mum’s Group do Facebook, a mãe expressa seu tormento sobre o que aconteceu. Seu relato é um mergulho na dor, na culpa e no arrependimento. Ela se pergunta como não percebeu que sua filha estava sendo abusada por alguém que ela confiava, em um lugar que considerava seguro.
Ela descreve a filha correndo alegremente até o professor todos os dias, sem perceber o horror que a pequena estava enfrentando. Ela diz:
“Eu me sentia tão segura por saber que minha bebê estava sendo bem cuidada… Mas em meio a tanta beleza, havia uma escuridão.”
Cegueira inadvertida
Questionando-se sobre os sinais que ela poderia ter perdido, a mãe explica que, para ela, não havia sinais aparentes. O professor, que parecia tão dedicado e inspirador, era, na verdade, um predador. Ele tinha uma grande influência sobre as crianças, estimulando a criatividade delas através de atividades inspiradas no método Montessori.
A verdade só veio à tona quando o professor deixou a creche abruptamente e, meses depois, a mãe e outros pais foram contatados pela polícia. As autoridades mostraram aos pais vídeos onde o homem abusava de suas filhas. Foi um choque terrível que lançou a mãe em um turbilhão de emoções.
Chamado para mudanças
Com o coração partido, a mãe expressa sua indignação e pede políticas mais rigorosas na contratação de funcionários de creches. Ela argumenta pela necessidade de uma verificação mais aprofundada dos antecedentes criminais e por uma conversa aberta sobre os sinais de abuso sexual infantil.
Finalmente, a mãe se dirige a outros pais que possam estar passando pelo mesmo pesadelo. Ela oferece palavras de consolo e esperança, prometendo que, apesar da dor, as coisas vão melhorar. E ela faz um apelo:
“O poder está em nossas mãos. Cabe a nós defendê-los.”
O professor, um homem de 45 anos de Gold Coast, Austrália, está sendo acusado de 1.623 crimes, incluindo 136 acusações de estupro. As alegações são chocantes e lançam uma luz sombria sobre um lugar que deveria ser de segurança e aprendizado. Mas a coragem desta mãe em compartilhar sua história serve como um lembrete de que precisamos estar vigilantes e agir para proteger nossas crianças.