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Cigarro aumenta risco de derrame cerebral inexplicável em jovens, aponta estudo

Pesquisa internacional mostra relação entre tabagismo e tipo de AVC sem causa aparente; impacto é maior em homens entre 45 e 49 anos

Um estudo recente, intitulado “Associação entre Tabagismo e Acidente Vascular Cerebral Isquêmico Criptogênico em Jovens: Um Estudo de Caso-Controle”, investigou a relação entre o tabagismo e o AVC isquêmico criptogênico (AVCI) em jovens.

A pesquisa, realizada em 19 centros de AVC europeus, envolveu 546 pacientes com AVCI, com idades entre 18 e 49 anos, e seus controles pareados.

O AVC criptogênico é o derrame sem causa determinada, mesmo após investigação completa, representando 30-40% dos casos em jovens adultos.

Foram obtidas informações sobre a presença de uso de tabaco e o tipo de tabaco fumado (cigarros com filtro, cigarros sem filtro, cachimbo, charuto — cigarros eletrônicos não foram considerados). Tabagismo foi definido como ter fumado 1 ou mais cigarros nos últimos 12 meses. Ex-tabagismo foi definido como ter fumado anteriormente, mas não nos últimos 12 meses.

A ligação entre fumar e o AVCI

Os resultados, publicados recentemente, apontam uma ligação independente entre o hábito de fumar e o AVCI, com uma probabilidade 2,39 vezes maior de ocorrência entre os fumantes.

Essa associação se mostrou ainda mais forte em homens, com uma probabilidade 3,34 vezes maior, e na faixa etária de 45–49 anos, onde o risco sobe para 3,77 vezes.

“O tabagismo, já conhecido como fator de risco para diversas doenças, se mostrou um fator independente e significativo para o AVCiC”, afirma o Diogo Goulart Corrêa, neurorradiologista da CDPI, da Dasa.

Segundo ele, os exames de imagem podem ajudar a identificar padrões específicos em jovens fumantes. “Com tomografia, ressonância ou arteriografia, conseguimos avaliar alterações que apontam maior chance de recorrência”, explica.

A relação entre o hábito de fumar e o AVCi foi mais forte em homens. Entre as mulheres, a associação perdeu força após ajustes por fatores como nível educacional e histórico de doenças vasculares.