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Cientistas descobrem como extrair DNA pelo ar: será que isso é algo bom?

Estudo trouxe à tona uma nova perspectiva: e se pudéssemos coletar o eDNA humano de forma intencional?

Nos últimos tempos, pesquisadores têm aprimorado suas habilidades para extrair o DNA ambiental, também conhecido como eDNA. Trata-se de pequenas quantidades de material genéticos deixados por todos os seres vivos ao nosso redor.

Contudo, desde o início dessa jornada, esses cientistas se depararam com uma descoberta surpreendente: eles têm encontrado uma abundância de DNA humano.

Inicialmente considerado como uma espécie de poluição acidental, uma interferência indesejada nos dados, o DNA humano capturado acidentalmente trouxe à tona uma nova perspectiva: e se pudéssemos coletar o eDNA humano de forma intencional?

eDNA está em todos os lugares

O eDNA, uma ferramenta poderosa e econômica, está em todos os lugares, seja flutuando no ar, aderindo a superfícies ou até mesmo na água. Embora os cientistas já tivessem conhecimento da existência do DNA ambiental há um bom tempo, jamais imaginaram que poderiam utilizá-lo para identificar indivíduos, devido ao grau de degradação e seu pequeno tamanho.

No entanto, esses estudiosos têm explorado essa abordagem com resultados impressionantes e utilizado o eDNA para:

  • Rastrear populações vulneráveis ou secretas de animais selvagens;
  • Detectar espécies invasoras antes mesmo de se estabelecerem em um ecossistema;
  • Redescobrir espécies que se acreditavam extintas.

E não para por aí! A tecnologia do eDNA é utilizada ainda em sistemas de vigilância de águas residuais, permitindo o monitoramento do Covid-19 e de outros patógenos de importância médica.

Mas o que podemos alcançar com o eDNA humano?

Um geneticista de renome especializado em vida selvagem na Universidade da Flórida, chamado David Duffy, deparou-se com DNA humano em todos os ambientes enquanto tentada identificar uma forma mais eficiente de rastrear anomalias em tartarugas marinhas.

Em um experimento inovador, coletaram amostras de água de um riacho e as examinaram utilizando um sequenciador de nanoporos, com potencial para fazer a leitura de trechos mais longos de DNA. Para surpresa de todos, a partir dessas amostras os pesquisadores conseguiram recuperar fragmentos legíveis de DNA humano.

A análise limitada trouxe a tona informações valiosas sobre questões genéticas da ancestralidade, refletindo a composição racial da região. Além disso, foram identificadas mutações-chave associadas a doenças como problemas cardíacos, diabetes e doenças oculares.

Resultados da pesquisa

Recentemente, os resultados dessa pesquisa foram publicados na revista Nature Ecology & Evolution e evidenciam que os cientistas têm o poder de recuperar informações médicas e genealógicas a partir de fragmentos minúsculos de DNA humano que estão no meio ambiente.

Adentrando em um novo território de possibilidades científicas, o eDNA humano revela segredos ocultos, oferecendo uma perspectiva sem precedentes sobre nossa saúde e nossa história ancestral.