China respalda Venezuela em processo eleitoral sob suspeição
O porta-voz da China disse esperar que as eleições “se desenvolvam de forma estável e bem-sucedida”
A China reafirmou nesta sexta-feira (29) seu apoio “à soberania e à independência” da Venezuela no contexto das eleições presidenciais de 28 de julho, nas quais a vencedora das primárias da oposição realizadas no ano passado, María Corina Machado, não poderá concorrer depois de ter sido inabilitada pelo regime do ditador Nicolás Maduro.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, enfatizou que o governo da Venezuela deve conduzir o processo eleitoral de acordo com “sua Constituição e leis nacionais”, “sem interferências externas”.
Além disso, Lin expressou a esperança da China de que as eleições na Venezuela “se desenvolvam de forma estável e bem-sucedida” e instou a comunidade internacional a “desempenhar um papel positivo” para este fim.
Os Estados Unidos pediram na quarta-feira (27) ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, que permita a participação nas eleições presidenciais de julho de todos os candidatos da oposição que queiram concorrer.
O governo de Joe Biden reiterou assim sua posição em relação à inabilitação de Corina Machado e à impossibilidade da principal coligação antichavista, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), de registrar a acadêmica Corina Yoris como substituta.
Líderes internacionais como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu homólogo da França, Emmanuel Macron, expressaram nesta semana sua preocupação com as próximas eleições no país caribenho.
As relações entre Pequim e Caracas foram fortalecidas após a visita de Maduro à China no ano passado, em busca de novas alianças, investimentos e tecnologia, especialmente nas “zonas econômicas especiais”.
Nos últimos meses, ambos os países assinaram numerosos acordos de cooperação em vários setores e elevaram a relação bilateral a uma “associação estratégica contra todas as probabilidades”.