Eles dizem que ‘o café de ontem é o café de hoje’.
Isso parece nojento. Mas quando chega até você, é só água pura de novo.
Quanto à higiene pessoal, Meganne esclareceu:
Não há chuveiros mas mencionou que os astronautas usam toalhas úmidas com sabão para se limpar.
Além disso, ela destacou que as roupas são trocadas apenas uma vez por semana devido às limitações de carga.
Há maneiras de se lavar. Você basicamente usa uma espécie de toalha molhada com um pouco de sabão.
Você só pode levar uma certa quantidade de roupa com você, então, na verdade, os astronautas só trocam de roupa uma vez por semana.
A radiação também representa um desafio, uma vez que os níveis a que os astronautas estão expostos são mais altos, mesmo com os escudos de proteção da ISS.
Impactos na saúde física
A falta de gravidade apresenta outros desafios significativos. Meganne alertou sobre os efeitos prolongados no espaço:
Quanto mais tempo você fica lá no espaço, mais danos isso causa ao seu corpo referindo-se ao envelhecimento acelerado e à atrofia muscular.
É realmente um envelhecimento acelerado, de certa forma. O fato de você não estar trabalhando contra a gravidade significa que seus músculos não estão trabalhando tão duro quanto normalmente fariam, e, claro, seu coração também é um músculo.
Na ISS, há uma academia onde os astronautas devem exercitar-se por cerca de 90 minutos diários para minimizar perdas ósseas e outros problemas como pedras nos rins e complicações visuais.
Você perde densidade óssea durante esse tempo, tem um risco maior de pedras nos rins, diabetes e também tende a ter problemas com os olhos.
A maioria dos sintomas costuma voltar ao normal assim que as pessoas retornam à Terra e iniciam o processo de recuperação das consequências do ambiente espacial.
Gestão de resíduos no espaço
Os fluidos corporais são manejados por um sistema especializado para evitar que flutuem livremente pelo espaço. Tim Peake, o primeiro britânico na ISS, descreveu o processo:
Nós urinamos em uma mangueira que tem um receptáculo cônico com um interruptor na lateral. Para um número dois, há um assento sanitário bem pequeno preso em cima de um recipiente de resíduos sólidos. Anexado está um saco emborrachado com uma abertura elástica.
Viagem interrompida
Os astronautas experientes Butch Wilmore e Suni Williams, ambos ex-pilotos de teste da Marinha dos Estados Unidos, foram escolhidos para integrar a primeira missão tripulada da Starliner à ISS.
A nave decolou da Flórida em um foguete Atlas V da United Launch Alliance no dia 5 de junho, após anos de atrasos e questões de segurança, além de duas tentativas de lançamento abortadas com os astronautas já preparados.
A princípio, a missão estava programada para durar oito dias, mas foi prorrogada por tempo indefinido. Atualmente, testes e a necessidade de investigar os problemas nos propulsores e os vazamentos de hélio estão atrasando o retorno dos astronautas.
O desafio da espera
Em circunstâncias extremas como essa, a espera pode ser a parte mais difícil. De acordo com a revista Live Science, aguardar desacelera a percepção do tempo. Isso acontece porque, em situações cotidianas, geralmente ignoramos o tempo: quanto menos pensamos sobre ele, mais rápido parece passar.
Além disso, quando interrompemos nossas rotinas para aguardar algo, essa espera se torna nosso foco principal. Sem outras atividades da vida agitada para distrair, a frustração e o tédio podem nos dominar.
Para os astronautas presos na ISS, a situação é ainda mais severa, já que não há uma estimativa para o fim da espera. Além disso, a dupla enfrenta um estresse extremo, sem contato com familiares e amigos, e com poucas oportunidades de atividades. Todos esses fatores contribuem para que o tempo pareça passar mais lentamente para Wilmore e Williams.