Apresentação com teor sexual em feira literária causa polêmica
Performance ocorreu durante apresentação do movimento de drag queens intitulado Themônias
Uma apresentação de um movimento de drag queens intitulado Themônias, ocorrida no último dia 19 de agosto na Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, em Belém, no Pará, gerou polêmica nas redes sociais nos últimos dias. A razão foi o cunho sexual presente tanto na dança executada quanto na letra da música que era tocada no momento da performance.
Vídeos da apresentação, intitulada Além do Arco-Íris: Themoniarau, mostram a drag queen Brigitte Liberté fazendo diversos gestuais de cunho erótico ao som da música Espia, Escuta, da banda Mulamba. A canção em questão traz em sua letra frases obscenas como “é a mulherada ficando embuce****” e “me representam as buc****, nada contra os bila**, mas hoje o beijo vai pro c*”.
Nas redes, o teor da apresentação gerou muitas críticas. Em postagens sobre o caso, diversas pessoas questionaram a inadequação da programação com a faixa etária do público do evento, visto que havia uma forte presença de crianças na feira em razão de inúmeras agendas serem voltadas ao público infantil.
Após a repercussão negativa, tanto a Secretaria de Estado de Cultura do Pará (Secult), que organizou a feira, quanto a titular da pasta, Ursula Vidal, se pronunciaram sobre o ocorrido. A Secult disse lamentar o fato e chamou a apresentação de “conteúdo inadequado para o evento”.
– A iniciativa de garantir a diversidade, o acolhimento e as múltiplas expressões culturais de forma democrática e inclusiva não deve comprometer o respeito aos visitantes – escreveu a Secult.
Ursula, por sua vez, pediu desculpas e disse que o compromisso da pasta “com a diversidade, a democracia, a inclusão e a pluralidade de expressões culturais jamais será um salvo-conduto para submeter o público” da feira “a um conteúdo inadequado”. A secretária disse ainda que a pessoa responsável pelo ocorrido foi afastada.
– Temos compromisso com os direitos, a equidade, a diversidade, mas também com o respeito a todas e todos na execução das políticas públicas de cultura – completou Vidal.