A história do avô que saiu do armário incentivado pela neta
Sempre há tempo para enfrentar seus medos e se redescobrir, principalmente com o apoio das pessoas que ama
Há uma série de motivos para que milhares de pessoas escondam sua verdadeira identidade durante uma vida inteira. No caso de Kenneth Felts, um avô de 90 anos, o medo do julgamento das pessoas impediu que ele se revelasse gay na juventude e vivesse uma vida diferente.
Ele sabia que sofreria muito preconceito e diversos desafios todos os dias, então achou melhor levar uma vida como heterossexual, embora muito triste com essa escolha.
Mas, o que Felts não poderia imaginar, é que um dia, depois de quase 100 anos, ele teria uma neta lésbica que o incentivaria a ser quem ele realmente é, livre e feliz, não se importando com o preconceito alheio.
Em uma longa conversa com a neta, Rebecca Mayer, o avô contou sobre seu primeiro amor, um homem chamado Philip, com quem ele se relacionou durante algum tempo na juventude. Mas, eles decidiram terminar o relacionamento para evitar sofrer com a intensa homofobia que era muito pior na época.
Depois de tantos anos se escondendo, Felts já estava acostumado com isso, e embora quisesse se sentir livre para ser e amar quem queria de verdade, ele ainda ficou muito receoso e pensou se valeria a pena.
“Estive toda a minha vida no armário. Bem no fundo, atrás de pilhas e pilhas de roupas. Agora estou abrindo a porta pela frente. Eu tive muito receio sobre o que as pessoas falariam. Eu estava muito preocupado porque eu preciso de pessoas e não poderia pensar em perder elas só porque eu decidi finalmente ser quem eu realmente sou.”
Mas, o avô resolveu finalmente encarar seus medos. Com total apoio da neta, ele falou sobre sua sexualidade para todas as pessoas do seu ciclo social. Enviou e-mails e publicou no Facebook, fazendo uma brincadeira de que tinha duas personalidades: um homem hétero chamado Ken e um gay chamado Larry.
Para a surpresa de Felts, as respostas foram muito positivas, tanto das pessoas conhecidas quanto das desconhecidas.
“Eu acho que eu não tinha coragem para encarar a sociedade na época, então eu só enterrei tudo.”
Tomara que ele ganhe ainda muito anos para poder aproveitar a vida da perspectiva do seu verdadeiro eu.