Muitas dúvidas surgiram quando novidades ligadas ao Real Digital foram anunciadas. Assim como as criptomoedas, essa nova moeda virtual funcionará de forma totalmente digital.
Em linhas gerais, trata-se de uma medida inovadora, que tem como principal objetivo facilitar determinadas operações, incluindo a diminuição de custos sobre certas transações, junto também da modernização do sistema financeiro do país.Saiba mais: Real digital vs. Pix: qual é a diferença entre ambos?
Ficou curioso sobre esse assunto? Logo abaixo, você entenderá um pouco mais sobre como a chegada do Real Digital poderá impactar as suas finanças.
O que é o Real Digital?
O Real Digital consiste em uma moeda virtual brasileira. Também chamada de Central Bank Digital Currency (CBDC), algo como “moeda digital do Banco Central”, o Real Digital vem passando por uma série de testes até ser finalmente autorizado.
Nesses testes, realizados no sistema blockchain Stellar, inúmeras simulações de transações financeiras são feitas, nas quais um determinado protótipo dessa nova moeda virtual servem como token para diversos tipos de pagamento.
A partir disso, se verificam alguns dos principais benefícios do Real Digital, incluindo os baixos custos das operações. As simulações também testam a confiabilidade da moeda e algumas práticas de segurança, como técnicas de prevenção à lavagem de dinheiro.
De acordo com especialistas, em um futuro muito próximo, essa moeda deverá ser utilizada em diversas transações virtuais em substituição a alguns modelos atuais. Hoje em dia, por exemplo, existem cartões virtuais emitidos pela maioria dos bancos, que garantem mais segurança aos usuários nesse tipo de operação financeira.
Porém, para Marcio Kogut, fundador do Mycon e especialista em blockchain pelo MIT e fintech pela Universidade Harvard, os custos para manter esses cartões funcionando podem ser bastante elevados.
“Tem o custo da bandeira do cartão, do banco emissor, do adquirente e, no final, ambos os lados acabam pagando isso”, ressaltou o especialista em entrevista ao Money Times. “O objetivo da moeda digital é transacionar ativos digitais que hoje em dia já são comprados através de cartão virtual”, concluiu.
Nesse sentido, com o Real Digital, a expectativa é que a população consiga pagar assinaturas de serviços de streaming, faça pagamentos de boletos via aplicativos e ainda peça comida por delivery de um jeito ainda mais descomplicado, seguro e barato.
Descubra mais detalhes sobre o Projeto Piloto
De acordo com o Projeto Piloto, coordenado pelo Banco Central com algumas diretrizes rígidas a respeito do funcionamento da nova moeda, a implantação do Real Digital no Brasil está prevista para começar a partir do segundo semestre de 2024.
Realizado em fases, iniciados em março deste ano, alguns testes importantes já vêm ocorrendo em plataformas virtuais. Depósitos bancários à vista em contas de liquidação e contas reservas são alguns dos ativos escolhidos para verificar as operações.Leia também: Real digital: quais são as vantagens da moeda brasileira?
Em março de 2024, estão previstas as fases de análises dos resultados, na qual a plataforma Hyperledger Besu será utilizada.
Caso as avaliações sejam satisfatórias, o software de código aberto em questão servirá ainda na fase de implantação, pois possui custos muito baixos. Dessa maneira, a população poderá participar do processo realizando depósitos tokenizados.
Entenda como o Real Digital vai funcionar na prática
Agora que você já sabe alguns dos principais detalhes relacionados ao Real Digital, é preciso entender como ele vai funcionar na prática, não é mesmo?
De maneira ampla, essa moeda virtual servirá para democratizar alguns pagamentos instantâneos, reduzindo custos por operações financeiras e deixando tudo ainda mais eficiente.
É importante frisar que não se trata de uma criptomoeda, como o Bitcoin, por exemplo, mas sim de uma moeda alternativa que também utiliza o sistema blockchain para garantir sua confiabilidade.
A expectativa dos entusiastas com o Real Digital é fazer com que, cada vez mais, a população tenha acesso a novos meios de pagamentos, que sejam seguros e inteligentes. Ao utilizar as tecnologias disponíveis dentro do contexto financeiro, muitos custos poderão ser diminuídos.
Além disso, apesar de ter o mesmo valor do real já conhecido pelos brasileiros, a nova moeda virtual não poderá ser convertida em cédulas físicas. Sendo assim, os usuários receberão seus valores virtuais e deverão aplicá-los apenas no ambiente digital.
Agora, você deve estar se perguntando se, dessa maneira, as cédulas em papel deixarão de existir? É bastante provável que não, pelo menos por enquanto. Entretanto, aos poucos, poderemos ver uma redução de custos também na emissão de novas cédulas.
Sendo assim, o ecossistema financeiro terá uma novidade interessante dentro de seus mecanismos para garantir mais segurança e confiança aos usuários.