A reação pública do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, contra críticas da revista britânica The Economist foi interpretada pelo entorno de Jair Bolsonaro como uma confirmação da eficácia da estratégia de levar o debate político nacional para o cenário internacional. Para a família do ex-presidente, enquanto críticas da imprensa brasileira foram frequentemente ignoradas, a repercussão internacional forçou o STF a sair de sua “zona de conforto”.
Dentro dessa narrativa, Bolsonaro e seus aliados consideram acertada a decisão do deputado Eduardo Bolsonaro de se licenciar da Câmara para permanecer nos Estados Unidos. A missão atribuída a ele tem sido amplificar no exterior a tese de que o ex-presidente estaria sofrendo perseguição política no Brasil.
Eduardo mantém contatos com figuras influentes do Partido Republicano e também com representantes do governo norte-americano. A embaixada dos EUA, inclusive, emitiu um comunicado mencionando preocupações com a existência de “censura” no país.
Na Europa, o caso também ganhou atenção. A imprensa espanhola destacou o episódio em que o ministro Alexandre de Moraes suspendeu a extradição de um narcotraficante espanhol, em retaliação à recusa do governo espanhol em extraditar o jornalista Oswaldo Eustáquio, investigado por suposta participação em tentativa de golpe e atualmente residindo em Madri.