PL foi apresentado na Câmara dos Deputados depois da morte de Sarah Raíssa em desafio do desodorante no DF

PL foi apresentado na Câmara dos Deputados depois da morte de Sarah Raíssa em desafio do desodorante no DF
Após a morte de Sarah Raíssa Pereira, de oito anos, no último domingo (13), ao realizar o desafio do desodorante compartilhado na internet, um projeto de lei foi apresentado na Câmara dos Deputados para punir quem cria e compartilha esse tipo de conteúdo.
A iniciativa propõe alterações no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) para criminalizar quem induz as crianças e adolescentes a participarem de jogos perigosos de forma online ou offline e com consequências prejudiciais à saúde.
O PL prevê a pena de reclusão de três a seis anos, com agravantes de acordo com os danos causados às vítimas. “Se resultar lesão corporal grave: reclusão de dois a oito anos. Se resultar lesão corporal gravíssima, reclusão de quatro a doze anos; se resultar em morte: reclusão de quinze a trinta anos”, diz trecho da proposta.
O projeto foi apresentado pelo deputado federal Fred Linhares (Republicanos-DF) que defendeu que no Brasil e no exterior “é crescente o número de crianças de todas as idades que têm perdido a vida de forma trágica e inesperada por desafios, em formato de brincadeira, postados em redes sociais que viralizou ao estimular e encorajar as crianças e adolescentes a terem atitudes inconsequentes”.
“De norte a sul do nosso país, crianças são vítimas fatais de jogos perigosos que vão desde a inalação de aerossol, ingestão de altas doses de canela em pó, cobrir as vias aéreas com cola, inserir lubrificante íntimo pelo nariz com o intuito de retirá-lo pela boca, dentre tantos outros”, menciona.
O parlamentar citou o caso de Sarah no projeto de lei. “Nesta semana, o Distrito Federal ficou desolado com o que aconteceu com a pequena Sarah Raíssa, de apenas 8 anos de idade, que perdeu a própria vida ao ser instigada a fazer o desafio do desodorante, postado em uma rede social que consiste em inalar gás de desodorante aerossol pelo maior tempo possível, que causou parada cardiorrespiratória e a sua morte”, lamentou.
O projeto defende também a obrigatoriedade de notificação pelas escolas aos Conselhos Tutelares dos desafios propostos em plataformas digitais que ocasionam comportamentos autoagressivos em crianças e adolescentes e que sejam de conhecimento de professores e demais funcionários da Escola.
“Consideramos que a escola tem um importante papel preventivo, por ser um dos locais mais frequentados pelas crianças e adolescentes, é um ambiente propício para que os estudantes comentem entre si sobre o que viraliza e possa ser prejudicial aos alunos no ambiente virtual. Dessa forma, com a união de esforços entre sociedade, comunidade escolar e autoridade policial pretendemos desencorajar a prática desses crimes e proteger nossas crianças e adolescentes”, coclui.