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Missionária Eliene é libertada após 2 anos, sem crime comprovado e com duras restrições. Há pouco a se comemorar

Após grande repercussão e forte pressão pública a missionária maranhense Eliene Amorim de Jesus, de 28 anos, foi solta nesta sexta-feira, 4 de abril, por ordem de Alexandre de Moraes, após dois anos presa no Complexo Penitenciário de Pedrinhas (MA). Ela foi detida em março de 2023 por suposta participação nos atos de 8 de janeiro, mesmo sem provas de envolvimento em vandalismo.

A decisão, no entanto, está longe de representar liberdade plena: trata-se de um alvará de soltura clausulado, condicionado a uma série de medidas cautelares extremamente rígidas.

Moradora do bairro Angelim, Eliene trabalhava como doméstica, babá e manicure, além de cursar Psicologia. Segundo relatos, ela viajou a Brasília com a intenção de observar os protestos e escrever um livro, após documentar manifestações em São Luís. Foi a única maranhense presa, supostamente por publicar fotos nas redes sociais.

Mesmo sem antecedentes, Eliene ainda pode pegar até 17 anos de prisão.

Seguiremos firmes na luta para que outras injustiças sejam corrigidas — porque, apesar da soltura de Eliene, ainda há muito pouco a se comemorar. Muitos presos políticos continuam atrás das grades. Dona Adalgiza deve ser a próxima a conquistar a liberdade, mas para isso, a pressão popular não pode cessar. A mobilização precisa continuar!

Por Karina Michelin. Jornalista