Pesquisadores anunciaram a descoberta de novos achados arqueológicos que lançam luz sobre a história bíblica da morte de Josias, o último rei de Judá, que foi morto pelo faraó egípcio Neco II

Pesquisadores anunciaram a descoberta de novos achados arqueológicos que lançam luz sobre a história bíblica da morte de Josias, o último rei de Judá, que foi morto pelo faraó egípcio Neco II
O evento, ocorrido em 609 a.C., na cidade de Megido, no norte de Israel, é descrito no Antigo Testamento. As novas evidências encontradas vão na mesma direção do que o texto bíblico narra.
O professor Israel Finkelstein, da Universidade de Haifa, e o Dr. Assaf Kleiman, da Universidade Ben-Gurion, apresentaram as descobertas em artigos publicados entre janeiro e fevereiro no Scandinavian Journal of the Old Testament.
Embora a maior parte da cidade de Megido já tenha sido escavada na década de 1920, novas escavações realizadas entre 2016 e 2022 focaram na região noroeste, que ainda não havia sido explorada.
O relatório aponta que durante as escavações no sítio arqueológico de Tel Megiddo, foram encontrados cinco compartimentos em um edifício que continham grandes quantidades de cerâmica egípcia e grega de baixa qualidade. A presença desses artefatos sugere que se tratavam de resíduos deixados pelo exército de Neco, possivelmente acompanhado por mercenários gregos.
Forte evidência
Os artefatos foram estudados e se confirmou que a cerâmica era genuinamente egípcia, proveniente do Vale do Nilo ou do Delta, e não uma imitação fabricada localmente.
Assaf Kleiman comentou: “Não se tratava de porcelana decorada de luxo, o que torna difícil argumentar que alguém em Megido, seja um deportado ou israelita sobrevivente, tenha decidido importar cerâmica egípcia de baixa qualidade”.
De acordo com o Israel 265 News, os pesquisadores dataram a construção para meados do século VII a.C. e concluíram que os artefatos foram trazidos por Neco II durante a campanha militar do faraó, antes de serem abandonados.
Embora não haja evidências diretas da batalha entre Neco e Josias, os achados sugerem uma presença militar egípcia considerável durante o período em que a batalha é mencionada nos textos bíblicos.
A morte de Josias é descrita nas Escrituras, especialmente em 2 Reis 23 e 2 Crônicas 36. O faraó Neco II, da 26ª Dinastia do Egito, enfrentou o rei Josias, que governava Judá entre 640 e 609 a.C.
Neco estava a caminho do norte do Levante para ajudar os assírios e encontrou Josias em uma passagem de montanha, perto de Megido. A batalha resultou na morte de Josias, que, após sua morte, foi sucedido por Jeoacaz, escolhido pelos judeus, mas que acabou sendo levado como prisioneiro por Neco para o Egito.
Josias ficou marcado por apresentar a Lei ao povo, visando erradicar a idolatria a deuses estrangeiros e restaurar o Templo em Jerusalém. Sua morte é entendida como um marco que antecedeu a queda de Jerusalém em 586 a.C. e o início do Exílio Babilônico.