Khalil liderou protestos em Columbia, por onde se formou em dezembro

Khalil liderou protestos em Columbia, por onde se formou em dezembro
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, nesta segunda-feira, 10, que a prisão do estudante palestino Mahmoud Khalil, da Universidade Columbia, em Nova York, será seguida por outras. O universitário desempenhou um papel destacado nas manifestações pró-Palestina, no ano passado, consideradas de caráter antissemita.
“Essa é a primeira prisão de muitas que virão”, ressaltou o presidente norte-americano. “Sabemos que há mais estudantes em Columbia e em outras universidades do país envolvidos em atividades antissemitas, antiamericanas e pró-terroristas, e o governo Trump não tolerará isso.”
Trump acrescentou, de acordo com as agências de noticias Reuters e a Associated Press, que “muitos não são estudantes, são agitadores pagos”. “Encontraremos, prenderemos e deportaremos esses simpatizantes do terrorismo do nosso país”, prosseguiu o republicano., “Para que nunca mais retornem.”
Khalil foi um dos principais ativistas que lideraram protestos na universidade no ano passado, sendo um dos negociadores para os estudantes que montaram um acampamento no campus. Ele também foi investigado por um novo escritório da universidade, que já processou disciplinarmente dezenas de estudantes por seu ativismo pró-Palestina.
O universitário está detido em um centro de imigração na Louisiana. Ele havia sido transferido de uma instalação em Nova Jersey. Ainda é incerta a data de sua audiência no tribunal de imigração, passo crucial no processo de deportação. Khalil se formou na universidade em dezembro último.
Segundo Amy Greer, advogada de Khalil, os agentes inicialmente alegaram estar cumprindo uma ordem do Departamento de Estado para revogar o visto de estudante dele. Greer acrescentou que, quando ela informou que Khalil era residente permanente, eles afirmaram que iriam revogar o green card.
Secretário de Estado reforça discurso contra atos antissemitas
O Conselho de Relações Americano-Islâmicas, uma organização nacional de defesa dos direitos civis dos muçulmanos, se manifestou contrário à prisão.
A entidade pediu a liberação de Khalil, ao argumentar que ele é um residente permanente legal do país e que sua prisão, motivada, segundo o conselho, por ações pacíficas em prol da Palestina, representa um ataque direto à Primeira Emenda. Neste item, há a garantia da liberdade de expressão. Para o conselho a determinação também viola as leis de imigração.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, ressaltou em suas redes sociais que o governo Trump revogará os vistos e green cards de apoiadores do grupo terrorista Hamas, com a intenção de deportá-los.
Em agosto do ano passado, relatório da Universidade Columbia revelou a ocorrência de atos antissemitas nestas manifestações. No levantamento, mais de 500 estudantes falaram sobre suas experiências na rotina universitária — tanto nas aulas quanto nos dormitórios ou nas redes sociais — e de como foram perseguidos naquele momento.
A Universidade Columbia não divulgou comentários sobre a prisão de Khalil. A universidade se prontificou a se engajar na luta contra o antissemitismo depois que o governo Trump retirou, na última semana, US$ 400 milhões em verbas federais da universidade. A alegação do presidente era de que a instituição falhou em controlar o antissemitismo em seu campus.