Ela esperava obter um efeito alucinógeno matando o animal venenoso

Ela esperava obter um efeito alucinógeno matando o animal venenoso
Na década de 1990, um caso inusitado e perigoso foi relatado no periódico Annals of Emergency Medicine. Uma mulher de 37 anos, com histórico de uso de heroína, decidiu esmagar uma aranha viúva-negra e injetá-la em seu próprio corpo na esperança de obter um efeito alucinógeno. O experimento arriscado resultou em graves complicações de saúde, levando-a a ser internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O veneno da viúva-negra é altamente tóxico, atacando o sistema nervoso e causando dores musculares intensas, náuseas, cefaleia e alterações cardiorrespiratórias. Apesar de sua letalidade ser mais significativa em crianças e pessoas sensíveis, o impacto no organismo da mulher foi severo. Apenas uma hora após a injeção, ela deu entrada no pronto-socorro com fortes dores abdominais, cãibras nas pernas e costas, ansiedade e cefaleia intensa.
Durante o atendimento médico, seus sinais vitais indicaram uma crise aguda: a frequência cardíaca disparou para 188 batimentos por minuto e sua pressão arterial alcançou 188/108 mmHg, muito acima dos níveis considerados saudáveis. Os médicos administraram morfina para conter a dor extrema, mas ela logo apresentou dificuldades respiratórias, necessitando de internação na UTI e suporte para respirar por alguns dias.
Os especialistas que a trataram sugeriram que a dificuldade respiratória poderia ter sido provocada por uma contração do músculo liso brônquico, interferindo na entrada de ar nos pulmões. Além disso, foi levantada a hipótese de que uma proteína presente no corpo da aranha tenha causado uma reação alérgica grave, potencialmente exacerbando sua asma pré-existente.
Apesar da gravidade do caso, a mulher se recuperou totalmente. Um mês após o incidente, ela passou por um check-up e estava com boa saúde, sem sequelas aparentes. O episódio, porém, serve como um alerta sobre os riscos de práticas perigosas e o desconhecimento sobre substâncias tóxicas.