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Pesquisadora replanta árvore bíblica com semente de mil anos

Trabalho de pesquisa acontece em Israel

A doutora Sarah Sallon, diretora de pesquisa em medicina natural no Hospital Hadassah, em Jerusalém, conseguiu germinar uma semente de mil anos, um trabalho que durou 14 anos até que a árvore atingisse 3,6 metros. O trabalho da pesquisadora é importante por vários motivos, sendo eles tirar o status de extinção de uma espécie do gênero Commiphora, relacionado à produção de resinas medicinais como incenso e mirra.

A semente em questão foi encontrada em uma caverna no deserto da Judeia, Israel, nos anos 1980, durante uma escavação arqueológica. Após décadas esquecida em armazenamento, foi plantada em 2010, quando Sallon decidiu investigar seu potencial.

A árvore, chamada Sheba, inicialmente foi associada ao Bálsamo de Gileade, uma resina valiosa mencionada na Bíblia e usada como perfume, incenso e medicamento. Contudo, análises posteriores revelaram que Sheba é uma planta próxima, mas não idêntica ao bálsamo.

– Nos relatos antigos, as descrições variam – explicou Sallon.

E continuou:

– Antes da Era Comum, a planta era descrita como do tamanho de uma árvore. Mas, no primeiro século, o historiador romano Plínio, o Velho, a descreveu como um arbusto semelhante a uma videira.

Apesar disso, Sheba possui compostos medicinais importantes, como triterpenos e esqualeno, conhecidos por seus benefícios antioxidantes e de cura da pele. A descoberta representa um avanço na recuperação de plantas extintas e no estudo de suas propriedades terapêuticas.

Este não é o primeiro projeto de ressurreição botânica liderado por Sallon. Em 2005, ela germinou sementes de tamareiras de 2.000 anos, encontradas nas ruínas de Masada. A árvore, chamada Matusalém, foi cruzada com outra tamareira antiga, produzindo frutos maiores do que os das variedades modernas.

A pesquisa de Sallon tem como foco a preservação e o uso sustentável de plantas nativas do Oriente Médio.

– Também trabalhamos para conservar essas plantas e, por meio da germinação de sementes antigas, tentamos reintroduzir aquelas que se tornaram localmente extintas em Israel – afirmou a pesquisadora. As informações são do The New York Times.