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Avião da Aerosucre decolou com vento de cauda e perfil inadequado de subida, diz investigação

Um Boeing 727-200 da companhia colombiana Aerosucre, registrado como HK5216, sofreu um incidente sério durante a decolagem no Aeroporto Internacional El Dorado, em Bogotá, Colômbia, em 10 de novembro. Agora, um relatório preliminar da Diretoria de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (DIACC), traz recomendações sobre o caso.

Na ocasião, a aeronave colidiu com uma antena do Sistema de Pouso por Instrumentos (ILS), resultando em danos estruturais, embora todos os cinco ocupantes tenham saído ilesos, informou o Aviacionline.

A aeronave estava transportando 19.323 quilos de carga com destino a Valência, na Venezuela, e realizou uma decolagem da pista 14L sob condições de vento de cauda a 9 nós.

Ela utilizou toda a extensão da pista antes de rotacionar e, subsequente, atingiu uma antena localizada 300 metros além do limite da cabeceira oposta, a 32R. Após o impacto, a tripulação optou por retornar ao aeroporto, pousando em segurança na pista 14R.

Inspeções pós-pouso revelaram danos no trem de pouso, na borda de ataque do slat esquerdo, na flap interna e em outras estruturas da asa esquerda. Também foi confirmada a explosão de um pneu do trem de pouso principal.

O relatório indica que o uso do procedimento de decolagem “Improved Climb Takeoff” sob condições de vento de cauda e com alto peso pode ter contribuído para o incidente. Esse procedimento, projetado para melhorar o gradiente inicial de subida, aumenta a distância necessária para a decolagem—um fator crítico em aeroportos de alta altitude como o El Dorado.

A “Improved Climb Takeoff” é uma técnica usada quando a limitação mais restritiva está no segundo segmento da subida. Ela permite uma subida mais íngreme, sendo útil em aeroportos com obstáculos, alta altitude ou restrições de ruído.

A investigação prossegue e, por ora, as seguintes recomendações de segurança foram dadas, e incluem:

1 – Proibir decolagens com vento de cauda ao usar procedimentos como a “Improved Climb Takeoff”.

2 – Aprimorar o treinamento de pilotos e despachantes na análise de desempenho operacional.

3 – Realizar inspeções mais rigorosas e frequentes em operadores que voam com aeronaves como o Boeing 727.

A DIACC está colaborando com organizações internacionais, como o NTSB dos EUA e o CENIPA do Brasil, para analisar os dados do gravador de voo e determinar as causas definitivas do incidente. As conclusões finais serão incluídas no relatório final da investigação.