Mãe é presa após mort3 de suas filhas gêmeas de 6 anos em intervalo de oito dias no RS
Delegado aponta mulher como suspeita de homicídio em Igrejinha; bombeiros relatam mortes
A Polícia Civil de Igrejinha, localizada a aproximadamente 90 km de Porto Alegre, efetuou a prisão temporária de Gisele Beatriz Dias. Ela é mãe das gêmeas de seis anos que faleceram em um período de oito dias. O pai das crianças compareceu à delegacia para depor, porém não é considerado suspeito.
“Há suspeita de que ela tenha praticado homicídio contra essas crianças“, declarou o delegado Cleber Lima. Durante seu depoimento, Gisele refutou as acusações, dizendo que “nunca fez nada contra as filhas” e que “sempre fez de tudo para cuidar e amar as filhas“. As meninas foram identificadas como Antonia e Manoela Pereira, com Antonia falecendo na terça-feira (15) e Manoela em 7 de outubro.
Investigação em andamento
De acordo com o delegado, não foram observados sinais evidentes de violência nos corpos das meninas. Os laudos do Instituto Geral de Perícias (IGP) deverão esclarecer as causas dos óbitos. Até o momento desta reportagem, a mãe não tinha contratado defesa.
Um médico relatou à Polícia Civil que Gisele possuía ‘ideias perversas‘ em relação às filhas. Ela esteve internada na ala psiquiátrica pouco antes do falecimento das crianças, e esses depoimentos contribuíram para o pedido de sua prisão temporária.
Resposta da comunidade e autoridades locais
Graciano Ronnau, comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Igrejinha, atendeu o caso mais recente e comentou que os “quadros das duas crianças eram muito semelhantes”. Ambas foram socorridas em sua residência no loteamento Jasmim, bairro Morada Verde. “As duas crianças foram encontradas em parada cardiorrespiratória”, explicou Ronnau.
O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Igrejinha divulgou uma nota mencionando que está ciente do caso e investigará “se houve, por parte do conselho tutelar, a violação do dever legal de proteger as infantes” (leia, abaixo, na íntegra).
Nota do colegiado do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Igrejinha:
“O COMUDICA, formado por representantes da sociedade civil e do Executivo, atua constantemente e de forma ativa na defesa dos interesses das crianças e adolescentes e no cumprimento da lei.
Informamos que não recebemos denúncias ou relatos de maus tratos envolvendo as gêmeas que faleceram, tampouco recebemos informações de falta de atuação do conselho tutelar ou da rede em acompanhamento deste caso em especifico, que pudesse gerar a abertura de sindicância ou PAD por parte do COMUDICA.
Tomamos conhecimento da situação pela imprensa e vamos averiguar se houve, por parte do conselho tutelar, a violação do dever legal de proteger as infantes, nos termos da lei, pois não toleramos qualquer violação de direitos.
Nos solidarizamos com a comunidade enlutada pelo falecimento precoce das crianças.
Confiamos nos trabalhos da Polícia Civil, do Ministério Público e do Poder Judiciário, que estão atuando nas investigações pertinentes, e estamos sempre atuando junto com a comunidade para que a lei seja cumprida.