EUA: Aumentam tentativas do Irã de intervir em eleição americana
País busca manipular o pleito para moldar o resultado de acordo com seus interesses
Agências de inteligência dos Estados Unidos afirmaram nesta segunda-feira (19) que o Irã intensificou suas tentativas de intervir nas próximas eleições do país para moldar o resultado de acordo com seus interesses.
– Observamos uma atividade iraniana cada vez mais agressiva durante este ciclo eleitoral, envolvendo especificamente operações de influência dirigidas ao público americano e operações cibernéticas dirigidas às campanhas presidenciais – disseram em comunicado conjunto o FBI, o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI) e a Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura (CISA).
As agências observaram ainda que estão convencidas de que o governo iraniano, por meio de engenharia social e outros esforços, tem como alvo indivíduos com acesso direto às campanhas presidenciais dos partidos Republicano e Democrata com o objetivo de influenciar o processo eleitoral.
– O FBI tem monitorado essa atividade, tem entrado em contato com as vítimas, e continuaremos a investigar e coletar informações para perseguir e desarticular os atores responsáveis pelas ameaças – diz o comunicado, que acusa o Irã de “fomentar a discórdia e minar a confiança nas instituições democráticas”.
Segundo as agências, o Irã há muito tempo mostra interesse em explorar as tensões sociais por vários meios, incluindo o uso de operações cibernéticas, para tentar obter acesso a informações confidenciais relacionadas às eleições.
Elas afirmam no texto que, além dos esforços para “complicar a capacidade de qualquer governo dos EUA de seguir uma política externa contrária a seus interesses, o Irã encara a eleição deste ano como particularmente importante em termos do impacto que poderia ter sobre seus interesses de segurança nacional, aumentando sua tentativa de moldar o resultado”.
Os EUA já acusaram a Rússia e o Irã de tentar interferir na eleição presidencial de novembro de 2020.
– Não toleraremos esforços estrangeiros para influenciar ou interferir em nossas eleições, inclusive visando as campanhas políticas dos EUA – disseram as agências.
Elas ressaltaram que o aumento da atividade iraniana mostra a necessidade de aumentar a segurança no ambiente virtual e recomendaram o uso de senhas fortes e apenas contas de e-mail oficiais para assuntos oficiais, evitando abrir anexos de remetentes suspeitos.
O FBI e a CISA pediram às campanhas eleitorais e às partes interessadas na infraestrutura eleitoral que relatem informações sobre atividades suspeitas ou criminosas.
Em 10 de agosto, a Microsoft, empresa de tecnologia dos EUA, também divulgou em um relatório suas últimas descobertas sobre as operações cibernéticas do governo iraniano para influenciar as próximas eleições presidenciais americanas.
No relatório, a empresa afirma ter observado esse tipo de atividade por parte da república islâmica nos últimos três ciclos eleitorais dos EUA e “nos últimos meses”.