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Pesquisa brasileira encontra substância cancerígena em cigarros eletrônicos

Presença de octodrina em vapes aumenta alerta para riscos à saúde pública

Um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina, em parceria com a Polícia Científica do estado, revelou a presença de octodrina em três marcas de cigarros eletrônicos ilegais no Brasil. A substância, da mesma família da anfetamina, é um potente estimulante do sistema nervoso central e pode aumentar o potencial de vício dos vapes.

Além da octodrina, foram detectadas outras substâncias tóxicas, como glicerol, propilenoglicol, formaldeído, acetaldeído, acroleína, acetona e nicotina, todas conhecidas por seus efeitos cancerígenos e tóxicos. A nicotina, notoriamente viciante, também estava presente em altas concentrações.

Devido à proibição dos cigarros eletrônicos no Brasil, a obtenção legal dos dispositivos para pesquisa é um desafio. O estudo contou com a colaboração da polícia, que forneceu dispositivos apreendidos. Em todos os dez analisados, a octodrina foi detectada, mesmo sem estar listada nas embalagens, expondo os usuários a riscos desconhecidos.

Margareth Dalcolmo, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), alertou para a gravidade da situação: “A descoberta de octodrina em vapes aumenta a preocupação com a saúde pública.”

Apesar da proibição, o mercado ilegal de cigarros eletrônicos continua a crescer, especialmente entre os jovens. Dados mostram que 17% dos estudantes de 13 a 17 anos já experimentaram esses dispositivos. Em resposta, a Anvisa reafirmou, em abril de 2024, a proibição dos vapes, com foco na fiscalização. De janeiro a abril, a Receita Federal apreendeu 615 mil unidades contrabandeadas, avaliadas em R$ 27 milhões.