Nosso planeta Terra está repleto de maravilhas, e um dos seus mistérios mais intrigantes tem deixado cientistas perplexos há décadas. A cada 26 segundos, como um relógio, a Terra experimenta um pequeno evento sísmico – um pulso quase imperceptível, mas consistentemente presente. Esse fenômeno, frequentemente descrito como o “batimento cardíaco” da Terra, tem despertado debates e curiosidade entre geólogos e sismólogos ao redor do mundo.
A história desse enigmático pulso começa no início dos anos 1960, quando um pesquisador chamado Jack Oliver o documentou pela primeira vez. As descobertas iniciais de Oliver sugeriam que a fonte desse microseísmo (o termo técnico para esses pequenos movimentos da terra) estava em algum lugar no sul ou no Atlântico Equatorial. Ele também notou que o pulso parecia mais forte durante os meses de verão do Hemisfério Norte. No entanto, a tecnologia disponível para Oliver na época limitava sua capacidade de identificar a localização exata ou a causa desse movimento rítmico da Terra.
Com o avanço da tecnologia, nossa compreensão desse fenômeno também progrediu. Em 2013, durante uma conferência da Sociedade Sismológica da América, o cientista Garrett Euler apresentou novas descobertas que restringiram a fonte do pulso. A pesquisa de Euler apontou para uma área específica no Golfo da Guiné chamada Baía de Bonny. Sua teoria propôs que as ondas oceânicas eram responsáveis por essa atividade sísmica regular.
Euler explicou que, quando as ondas viajam pelo oceano aberto, elas geralmente não afetam muito o fundo do mar. No entanto, quando essas ondas chegam à plataforma continental – onde o oceano se torna muito mais raso – a pressão das ondas começa a deformar o fundo do mar. Essa deformação, sugeriu Euler, cria pulsos sísmicos que refletem o ritmo da ação das ondas, resultando no intervalo de 26 segundos que observamos.