Caso Grubert: Vítima de seis anos descreve como foi o abuso sexual
“Não fale nada para sua mãe, porque ela vai me matar”, teria dito Marcus Grubert
Na declaração juramentada da detetive do caso, Elizabeth Acevedo, consta que, segundo a criança, o homem introduziu o órgão genital em sua boca e pediu que a menina fingisse tratar-se de uma “chupeta”. O episódio teria ocorrido em abril do ano passado, em uma festa do pijama na casa da filha de Grubert, na Flórida, Estados Unidos.
Após passar por uma primeira oitiva em que nada conseguiu revelar, a pequena foi submetida a tratamento psicológico e, no decorrer das sessões, foi capaz de descrever em detalhes o que teria ocorrido.
A criança afirma que estava dormindo na parte de baixo do beliche, enquanto sua amiga se encontrava na parte de cima. Ela descreve que, em dado momento da noite, acordou com Grubert lambendo-a e que ele estava usando apenas roupas íntimas.
Posteriormente, o homem teria tapado os olhos dela com as mãos e posto o órgão genital em sua boca “várias vezes”. Para as autoridades, a menina ainda descreveu os movimentos que o abusador teria feito.
– O homem afirmou à vítima “não fale nada para sua mãe, porque ela vai me matar”. A vítima, então, saiu correndo do quarto e foi buscar ajuda da mãe da amiga [esposa de Grubert] que estava na casa. Foram observados hematomas no lábio superior da vítima, e a vítima chorava toda vez que contava sobre o incidente – pontua o texto.
A blusa vermelha que a vítima trajava na noite em questão foi submetida à perícia, e o DNA de Marcus, coletado para comparação. O laudo teria confirmado a compatibilidade entre as duas amostras.
AMIZADE ENTRE AS FAMÍLIAS
Ainda segundo o documento – no qual a detetive descreve as razões pelas quais ela crê que o crime de fato tenha ocorrido –, a família da vítima tinha uma amizade próxima com a de Marcus e frequentava a mesma igreja que eles. A criança, inclusive, já teria dormido na residência do casal cerca de três vezes antes do abuso.
Ao verificar as notas feitas pela terapeuta da vítima durante as sessões, a detetive Elizabeth Acevedo indica que a pequena foi tomada por um sentimento de culpa e expressava preocupação com a possibilidade de Grubert ser preso.
– A vítima descreveu as emoções boas e ruins em cada incidente e verbalizou seu desconforto com as lembranças ruins e que não queria que o suspeito fosse afetado porque gostava dele. Ela contou como sabe que não provocou o suspeito a tocar sua boca. A vítima estava preocupada com o fato de o suspeito ir para a prisão por causa do que fez e ficar longe dos filhos. A vítima ficou desregulada, cautelosa e chorosa enquanto processava a experiência de abuso sexual com o suspeito – dizem as notas.
PRISÃO E SOLTURA
Detido em maio por suspeita de abuso infantil, Marcus passou um mês na prisão; entretanto, acabou solto nesta segunda-feira (24), após o promotor de Justiça do estado da Flórida, Trevor Persenaire, rejeitar o caso por considerar que não há evidências suficientes contra ele.
De acordo com Anna Alves-Lázaro, fundadora da Hope and Justice Foundation – que auxilia a família da vítima –, o promotor rejeitou provas cabais como o DNA de Marcus na menina confirmado em laudo. Além da liberdade concedida a Marcus, também foram derrubadas as medidas protetivas que proibiam que ele contatasse a vítima ou testemunhas do caso.
Anna garantiu que será apresentado recurso para que Grubert seja levado a julgamento.
– Isso não acabou, não é o resultado final, muita coisa vai acontecer ainda. Eu ainda creio na justiça, que ela vai ser feita – disse Alves-Lázaro.