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Trauma na infância pode dobrar risco de doença mental na vida adulta, aponta estudo

Você já se perguntou por que dois gêmeos, com a mesma genética e criados no mesmo ambiente, muitas vezes apresentam diferenças significativas em relação às doenças mentais na vida adulta? Um estudo suíço resolveu investigar a questão.

Você já se perguntou por que dois gêmeos, com a mesma genética e criados no mesmo ambiente, muitas vezes apresentam diferenças significativas em relação às doenças mentais na vida adulta?

Para responder a essa questão, um estudo suíço analisou mais de 25.252 gêmeos adultos no país. A pesquisa descobriu que aqueles que relataram terem sofrido um ou mais traumas na infância — como negligência física ou emocional, abuso ou presenciar violência doméstica — tinham 2,4 vezes mais probabilidade de serem diagnosticados com algum transtorno psiquiátrico. Quem passou por uma ou mais dessas experiências teve 52% mais chances de ser diagnosticado com uma doença mental

 comparado aos que tiveram uma infância tranquila.

O estudo, publicado na revista Jama Psychiatry, também revela que um gêmeo que sofreu maus-tratos tinha 1,2 vezes mais chances de desenvolver uma doença mental em comparação ao irmão não afetado. Entre aqueles que vivenciaram três ou mais traumas, quase um quarto recebeu diagnósticos de depressão, ansiedade, estresse ou abuso de substâncias.

“Essas descobertas sugerem uma influência maior do que eu esperava. Mesmo após um controle rigoroso de fatores genéticos e ambientais compartilhados, ainda observamos uma associação entre adversidade na infância e resultados negativos de saúde mental na vida adulta”, afirma Hilda Bjork Danielsdottir, principal autora do estudo.

Os autores destacam que em 93% dos casos em que um dos irmãos relatou um estupro, o outro gêmeo não passou pela mesma violência. Isso pode ser explicado pelo fato de que, embora a violência doméstica seja “inerentemente familiar”, os gêmeos podem ter dinâmicas diferentes com seus pais.

Embora pareça “quase óbvia”, essa constatação reforça a necessidade de combater o abuso e a negligência infantil, em vez de lidar com suas consequências no futuro.

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