Mãe no pós-parto desabafa: “Estou cansada de visitas – só quero ficar sozinha”
A mulher disse que não aguenta mais as pessoas aparecendo para conhecer seu filho e que gostaria que todos a deixassem em paz
Quando um bebê nasce é comum que a família e os amigos queiram fazer visitas para conhecê-lo e parabenizar os pais. Porém, para uma mãe que acaba de passar por um parto, provavelmente, está com privação de sono, e tenta se adaptar à ideia de que um ser humano depende dela para absolutamente tudo, pode ser muito cansativo receber essas pessoas em casa.
Uma puérpera exausta decidiu escrever sobre o assunto no fórum Mumsnet, em busca de algum apoio. Ela contou que sua filha tem três meses e que as pessoas não param de ir a sua casa, para vê-la – o que ela não suporta mais.
“Sei que pareço totalmente rabugenta, mas realmente não gosto quando as pessoas vêm visitar meu bebê”, começa. “Sou mãe pela primeira vez de uma filha de três meses e acho muito ruim. Sempre acontece quando estou descansando, ou quando minha filha precisa tirar uma soneca ou mamar”, explica “Não seguimos horários rígidos, nem nada, então, não é como se houvesse um horário em que eu pudesse dizer às pessoas para virem que ela estará acordada. Ela costuma tirar cochilos curtos, então, não posso nem sentar com as pessoas e conversar enquanto ela dorme”, desabafa.
“Também acho que é um esforço porque tenho me vestir adequadamente e arrumar a casa, ter certeza de que tenho algo para servir as pessoas. Minha filha, muitas vezes, começa a ficar agitada ou a chorar e não é como se eu pudesse ter uma boa conversa com as pessoas quando isso acontece!”, relata.
Ela disse que sabe que as pessoas sempre dizem que ela não precisa se preocupar com a arrumação e a limpeza da casa ou com a comida, mas, ainda assim, é estressante. Sem falar no comportamento de algumas dessas visitas. “Muitas pessoas fazem coisas que eu também não gosto, como beijar o rosto do bebê ou não lavar as mãos. Muitas vezes me pego tentando adiar as visitas só porque não posso ser incomodada”, confessa.
Nos comentários, outros pais e mães deram conselhos a ela. “Estabeleça limites com os quais você se sinta confortável ou combine um encontro com pessoas na casa delas, quando puder. Com a família, espero, você deveria se sentir capaz de dizer ‘receber visitas é muito para mim agora, nós’ adoraria ir até você’”, disse alguém. “Também achei muito mais fácil visitar outras pessoas, em vez de recebê-las.Tudo nos seus termos e pode sair quando quiser”, concordou outra pessoa.
Como lidar com as visitas no pós-parto?
Se você não se sente física ou emocionalmente confortável em receber visitas, não existe nada mais válido do que deixar isso bem claro. Você pode enviar uma mensagem a seus amigos e familiares dando notícias do nascimento do bebê, esclarecendo que estão todos bem, mas que agora você vai curtir a cria e que as visitas serão bem vindas a partir de tal data.
Nesse momento, que ao mesmo tempo é desafiante e apaixonante, o grande obstáculo é lidar com as mais variadas emoções, já que a mulher fica muito predisposta a depressões. Alterações hormonais, combinadas com privação de sono e preocupações, desencadeiam alterações de humor e são gatilhos para as depressões pós-parto.
Abandonar o relógio e diminuir o contato com o exterior ajuda a viver plenamente essa ocasião tão delicada e especial. O aleitamento é facilitado pela liberação de ocitocina natural por conta do contato pele a pele com o bebê e pela boa produção do leite, em razão da livre demanda. A restrição do mundo externo (leia-se “palpiteiros de plantão”) assegura confiança à mãe, permitindo-lhe um terno início da relação mãe-bebê.
Procurar por uma rede de apoio, consultando uma doula pós-parto ou uma educadora perinatal ajuda muito a superar essa fase. Por meio dessa rede, é possível esclarecer dúvidas, ter acompanhamento com os primeiros cuidados com o bebê, com a recuperação do parto e com a amamentação. O suporte informativo, físico e emocional propicia restabelecimento e bem estar à mãe, lembrando que mamãe saudável e tranquila é sinônimo de bebê feliz!