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Escola trocou Dia dos Pais por ‘Dia de Quem Cuida de Mim’

Uma escola pública de São Paulo criou o ‘Dia de Quem Cuida de Mim’, em substituição ao ‘Dia dos Pais’. Pregando respeito e solidariedade, a iniciativa evita constrangimentos em uma data delicada para muita gente

Com o intuito de acolher todas as configurações familiares e ainda levantar uma discussão sobre o abandono parental, uma escola pública de São Paulo criou o ‘Dia de Quem Cuida de Mim’, em substituição ao ‘Dia dos Pais’. Pregando respeito e solidariedade, a iniciativa evita constrangimentos em uma data delicada para muita gente.

A ideia foi posta em prática na escola Estadual Professor Alvino Bittencourt, e teve início em 2015, quando o diretor Denys Munhoz, percebeu a tristeza de alguns alunos que não tinham o que entregar na semana do Dia das Mães. A medida do centro de educação na Chácara Califórnia, em SP, se destaca pela simplicidade. Não se trata de realizar mudanças profundas. Os alunos, na verdade, são estimulados a celebrar e homenagear homens e mulheres que fazem parte de suas vidas.

“A iniciativa é fantástica. Tem muitos alunos que os pais têm uma rotina corrida e ficam com avós e tios. Os pais trabalham bastante e essa ideia de privilegiar quem cuida das crianças faz as crianças se sentirem acolhidas e cuidadas”, cita Eduardo Alves da Costa, pai do Allan, do 5º ano na unidade, ao portal do governo de São Paulo.

O abandono parental está crescendo no Brasil. O conhecido fenômeno de mães solteiras atinge pelo menos 1 milhão de famílias no país. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O governo paulista diz que apenas no Estado de São Paulo, 750 mil pessoas de 0 a 30 anos não contam com o nome do pai no registro.

O Estatuto das Famílias (PLS 470/2013) prevê punições para o abandono parental e o afetivo. A ideia é estabelecer relações saudáveis entre pais e filhos.

“Para o Direito, o afeto não se traduz apenas como um sentimento, mas principalmente como dever de cuidado, atenção, educação, entre outros”, declarou ao Senado Notícias a senadora Lídice da Mata (PSB-BA), uma das criadoras do projeto.