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COMO LIDAR COM A INCONTINÊNCIA URINÁRIA PÓS-PARTO

Casos de perda urinária são comuns seja qual for a via de parto – normal ou cesárea. Veja como lidar com a condição

Ao longo dos nove meses de gestação, o crescimento do bebê – e consequentemente, do útero –, e o ganho de peso contribuem para o aumento da pressão sobre o assoalho pélvico, musculatura responsável por dar sustentação a órgãos como bexiga e intestino. Por esse motivo, é comum que algumas mulheres desenvolvam incontinência urinária de esforço (quando a perda urinária é causada por algum esforço físico, como rir, tossir ou espirrar, por exemplo).

Essa condição pode se manter por algumas semanas após o nascimento do bebê, seja qual for a via de parto: normal ou cesárea. “A via de parto não é um fator predominante para que a paciente desenvolva incontinência urinária de esforço. Portanto, o parto normal não é responsável pelo surgimento da condição, nem significa que a paciente precisa ter tido parto normal para ter incontinência”, afirma a dra. Débora Oriá, ginecologista e obstetra e especialista em uroginecologia.

A médica explica que a incontinência urinária é multifatorial. Primeiramente, só o fato de gestar um bebê já aumenta o risco de perda urinária. Além disso, existem outros fatores que podem favorecer o surgimento da incontinência, como obesidade, tosse crônica, tabagismo, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doenças que causam frouxidão ligamentar, gravidezes múltiplas e até carregar muito peso, por exemplo. “Tudo o que causa uma sobrecarga sobre o assoalho pélvico pode fazer com que a paciente desenvolva incontinência urinária de esforço”, completa.

De acordo com a dra. Débora, para prevenir a perda urinária, a principal recomendação é controlar o ganho excessivo de peso tanto da mãe quanto do bebê durante a gestação e realizar o fortalecimento do assoalho pélvico, que normalmente é feito através de exercícios específicos.

Tratamento e fisioterapia pélvica

É normal ter escapes nas primeiras semanas após dar à luz e, muitas vezes, o problema é temporário. A incontinência urinária por esforço pode ocorrer devido ao peso do útero sobre a bexiga – que inclui o peso do bebê, placenta, líquido – e com a retirada desse peso, a perda urinária pode se resolver espontaneamente no pós-parto. Quando isso não acontece, de acordo com a médica, a recomendação é esperar o fim do puerpério (cerca de 45 dias após o nascimento do bebê) para buscar orientação e possível tratamento.

“O fortalecimento do assoalho pélvico é o primeiro passo para tratar a incontinência urinária de esforço. Portanto, o tratamento inicia-se sempre com a fisioterapia”, explica a especialista. A fisioterapia pélvica é uma das opções mais utilizadas para minimizar perdas urinárias, já que ela promove a reabilitação dos músculos do assoalho pélvico que auxiliam no controle da bexiga (e, conforme falamos anteriormente, pode ser um recurso benéfico desde a gestação). Os exercícios devem ser bem orientados e feitos com regularidade para que haja resultados.

Nos casos em que o tratamento conservador não funciona, segundo a médica, parte-se para o tratamento cirúrgico. Geralmente, é realizada a chamada cirurgia de sling, procedimento no qual é colocada uma faixa que funciona como uma tipoia para dar suporte à uretra. O objetivo da cirurgia é fortalecer a região e aumentar a resistência da uretra, evitando novas perdas urinárias.

Durante o período de escapes de urina, roupas íntimas e absorventes específicos para a incontinência urinária podem ser recursos úteis, porque impedem vazamentos e neutralizam odores na região.