O pirarucu (Arapaima gigas) é um dos maiores peixes de água doce do mundo. Natural da Amazônia, ele existe no planeta há 23 milhões de anos, e traz benefícios ao ecossistema e também para comunidades de pescadores. Seu nome vem dos termos indígenas pira, que significa “peixe”, e urucum, “vermelho” devido à coloração de sua cauda.
Chamado de “peixe dinossauro”, o pirarucu tem uma face antediluviana e escamas fortes capazes de resistir até a um ataque de piranhas. O maior pirarucu já encontrado pesava cerca de 200 kg e media 5 metros de comprimento, mas o seu porte médio é entre 90 e 100 kg e 3 metros de comprimento.
Um peixe que respira fora d’água
Tendo como habitat o rio Amazonas, o pirarucu foi por muito tempo o grande predador das hidrovias amazônicas. A chegada do homem ao continente sul-americano lhe tirou essa primazia, quando pescadores descobriram a principal fraqueza do peixe: a necessidade de subir à superfície da água para respirar.
Diferentemente da maioria dos peixes, o pirarucu tem suas guelras reduzidas e necessita ir à superfície a cada 10 a 20 minutos para respirar através da bexiga natatória que abre em sua boca e funciona como um pulmão.
Se essa característica o torna vulnerável a lanças e arpões, ela também se constitui num importante elemento de sobrevivência quando, após as cheias, o peixe fica fora do leito do rio em piscinas de lama.
Risco de extinção
Chamado de “bacalhau da Amazônia”, o pirarucu tem uma carne clara e magra, considerada de alta gastronomia pelas suas características de sabor e qualidade quase sem espinhos.
Isso faz com que o peixe seja a aposta de muitos produtores, que conseguem criar o pirarucu em cativeiro devido ao seu crescimento rápido, à sua rusticidade e boa tolerância às condições de produção.
Apesar disso, a pesca predatória, ocorrida no ambiente natural e desrespeitando o período de reprodução, tem gerado um impacto nas populações e pressionando os estoques pesqueiros. Atualmente, a reprodução natural do pirarucu é insuficiente para repor o número de peixes pescados, e a espécie corre o risco de extinção.