Nesta semana, duas explosões solares atingiram o planeta, coincidindo com quedas de rede celular reportadas por todo os Estados Unidos. Apesar da percepção de correlação entre os eventos por parte de usuários e empresas, os cientistas consideram que se trata de uma coincidência, pois o país não estava na região afetada durante o apagão de rádio relatado.
As explosões solares ocorreram entre o final da tarde da última quarta-feira (21) e o início da manhã desta quinta-feira (22), com uma explosão de classe X1,8 no primeiro dia, e outra de classe X1,7 no segundo dia. A região do Sol responsável pelas erupções tem mostrado uma complexidade magnética significativa, de acordo com a Administração Atmosférica e Oceânica (NOAA) dos EUA.
As ejeções solares são classificadas em cinco grupos distintos, cada letra representa uma ordem de magnitude. As de classe X são as mais intensas, seguidas pelas M, que são dez vezes menores, e assim por diante, com as letras C, B e A, sendo esta última muito fraca para impactar significativamente a Terra. Números de 1 a 10 indicam a força relativa das explosões.
Uma explosão solar pode afetar os celulares?
De acordo com a NOAA, não foram identificadas ejeções de massa coronal nas explosões solares, mas a agência emitiu um alerta na manhã de quinta-feira (22) de que emissões de rádio solares poderiam ocorrer em breve, juntamente com tempestades solares. Após os eventos, várias operadoras de celular americanas, incluindo AT&T, Verizon e T-Mobile, reportaram à Associated Press dezenas de milhares de quedas de rede.
Embora o horário do incidente coincida com as explosões solares, muitos cientistas têm questionado as alegações de conexão entre ambos os eventos. Ryan French, do Observatório Solar Nacional dos EUA, comentou no Twitter que as ejeções solares só causam degradação nas ondas de rádio na parte da Terra onde é dia, o que não era o caso dos Estados Unidos durante o fenômeno.
Os efeitos das explosões solares devem ser sentidos nos próximos dias. A NOAA previu que um “filamento de erupção” foi observado explodindo no quadrante noroeste do disco solar na quarta-feira (21). Grande parte do material energético emitido passará pela Terra durante sua órbita ao redor do sol, com possíveis influências a serem sentidas até o próximo domingo (25).
As explosões solares ocorrem quando a energia magnética se acumula na atmosfera solar até ser liberada pela estrela, geralmente em intensas golfadas de radiação eletromagnética.
À medida que o Sol se aproxima da parte mais ativa de seu ciclo de aproximadamente 11 anos, conhecido como “máximo solar”, sua atividade aumenta. Isso pode resultar em mais eventos como blecautes de comunicação e ameaças a ônibus espaciais e satélites, mas também torna as auroras boreais mais comuns.
Fonte: NOAA NASA com informações de Associated Press
