Economia
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Shein aumenta taxa para lojistas e consumidor teme alta nos preços

Reajuste na comissão cobrada pela varejista chinesa pode ter reflexo nos preços repassados aos clientes

A Shein reajustou a taxa de comissão cobrada dos lojistas brasileiros que vendem seus produtos por meio da plataforma de e-commerce, informou o jornal Valor Econômico. Segundo a publicação, a parcela da varejista chinesa passou de 10% para 16% do valor dos produtos.

Os vendedores teriam recebido o comunicado no fim de novembro e a nova tarifa passaria a valer a partir de 1º de janeiro de 2024. A empresa teria elevado a comissão porque deseja investir na própria plataforma.

A taxa é cobrada exclusivamente sobre as vendas bem-sucedidas feitas por comerciantes nacionais por meio do site ou aplicativo da Shein. Pedidos cancelados, devoluções e reembolsos não são taxados pela empresa.

A comissão de 10% é aplicada desde que a varejista começou a permitir a venda de produtos locais, há cerca de dois anos. Desde então, outras empresas de marketplace aumentaram suas comissões para os vendedores, e em alguns casos elas chegam a 20%.

O grande medo dos consumidores é que esse aumento se reflita nos preços dos produtos, já que os comerciantes não deverão absorver todo o impacto da nova taxação. Assim, os produtos nacionais vendidos pelos canais da Shein podem ficar mais caros em 2024.

Volta do imposto de importação

O vice-presidente Geraldo Alckmin declarou em novembro que a volta do imposto de importação para compras internacionais de até 50 dólares é “o próximo passo” do governo federal. A tarifa é isenta atualmente para compras dentro desse limite de valor feitas em varejistas que aderiram ao programa Remessa Conforme.

“Comércio eletrônico foi feito o trabalho nas plataformas digitais para formalização dos importados. Já começou a tributação de ICMS e o próximo passo é o Imposto de Importação, mesmo com os menos de 50 dólares”, disse Alckmin.

A Shein é uma das empresas que oferecem o benefício, assim como Shopee e AliExpress. Pacotes acima do limite de 50 dólares pagam alíquota de 60%.

Segundo o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, a decisão sobre a nova alíquota do imposto de importação federal ainda não foi tomada. “A gente está considerando uma alíquota mínima, conforme as empresas têm proposto ao governo federal, em torno de 20%. Mas essa definição não foi feita pelo governo. Estamos partindo de um piso que as próprias empresas no debate têm sugerido para o governo”, afirmou.