Tecnologia e Ciência
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Astronauta registra “duende vermelho” sobre a Terra

Também chamados de Eventos Luminosos Transitórios (TLEs), duendes vermelhos são um tipo incomum de descarga elétrica raramente visto da Terra

Uma imagem verdadeiramente impressionante foi capturada pelo astronauta Andreas Mogensen, da Agência Espacial Europeia (ESA), na última semana. O registro mostra um red sprite, que em tradução literal significa “duende vermelho”– um tipo incomum de descarga elétrica raramente visto da Terra.

Em seu perfil no Instagram, o dinamarquês explicou que a captura da imagem faz parte do experimento Thor-Davis. Neste estudo, Mogensen se dirige ao módulo do observatório de cúpula da Estação Espacial Internacional (ISS) todos os sábados para tentar fotografar tempestades de cima.

Na primeira imagem divulgada pelo experimento, que visa estudar tempestades intensas de um ponto de vista mais favorável, bem como fenômenos climáticos em alta altitude, um Evento Luminoso Transitório (TLE) é visto entre 40 e 80 km acima da superfície da Terra.

TLEs, os também chamados red sprites, foram relatados por pilotos por décadas, mas só foram registrados pela primeira vez em julho de 1989. Esses eventos raramente são observáveis da superfície – o que é provavelmente até melhor, haja vista a imagem que criam de uma força alienígena invasora.

Como os relâmpagos tradicionais, os duendes vermelhos chegam após um acúmulo de carga elétrica dentro das nuvens. Com eles, no entanto, a descarga ocorre na mesosfera da Terra até 80 km acima da superfície. A exuberante cor vermelha se forma quando a carga encontra nitrogênio na atmosfera do planeta.

Como o astronauta europeu fotografou o duende vermelho

De acordo com a ESA, Mogensen capturou o fenômeno com uma “câmera de eventos”, que funciona mais como um olho humano do que uma câmera comum, detectando mudanças no contraste em vez de capturar uma imagem.

Uma vantagem dessas câmeras é que elas podem produzir cerca de 100 mil imagens por segundo, necessitando de pouquíssima energia para isso. “Estas imagens tiradas por Andreas são fantásticas”, disse Olivier Chanrion, cientista-chefe deste experimento, em um comunicado da ESA. “A câmera Davis funciona bem e nos dá a alta resolução temporal necessária para capturar os processos rápidos no relâmpago”.

A pesquisa Thor-Davis se dedica ao estudo dos relâmpagos na camada superior da atmosfera e sua possível influência na alteração da concentração dos gases do efeito estufa. Este estudo tem como base o experimento anterior conduzido por Thor na primeira missão de Andreas em 2015, durante a qual foram registradas imagens de um fenômeno atmosférico peculiar: um jato azul, um tipo diferente de descarga elétrica atmosférica em direção ao espaço.