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Pílula do dia seguinte: como funciona e quando optar por ela

Teve uma relação sexual desprotegida e decidiu partir para um anticoncepcional de emergência para evitar uma gravidez indesejada? Aqui, tiramos todas as suas dúvidas sobre eles

Em um mundo ideal, todos os que desejam acesso à contracepção de forma assertiva e consciente assim o fazem, assim como acidentes não acontecem e as mulheres têm opções seguras para decidir em caso de gestações indesejadas. Entretanto, precisamos concordar que não é nesta realidade em que vivemos.

Sejamos sinceras aqui, só entre amigas: quem nunca sentiu medo de engravidar após uma relação sexual desprotegida ou, ainda, por combiná-la ao mal uso do método contraceptivo de costume? Médicos apontam que essa deve ser a exceção à regra, mas, eventualmente, há quem recorra à pílula do dia seguinte como solução emergencial. Já fez isso? Está pensando sobre o assunto? Reunimos as dicas de uma ginecologista para te ajudar na escolha e no uso, se necessário.

Qual é a função da pílula do dia seguinte?

“A função dela é, basicamente, ou inibir a ovulação ou até mesmo atrasar essa ovulação. É isso o que vai impedir com que uma mulher engravide naquele ciclo”, introduz a ginecologista Taís Calomeny, de São Paulo. A medicação também torna o endométrio pouco receptivo à gestação, além de agir na motilidade dos espermatozoides.

Quais são os efeitos da pílula do dia seguinte no organismo?

“Eles vão depender, porque, hoje em dia, temos variedade entre os tipos de contracepção de emergência”, diz a médica. Atualmente, existem cinco tipos de produtos que atuam como anticoncepção de emergência, dos quais dois são aprovados pelo Ministério da Saúde para uso no Brasil. São eles:

O método Yuzpe, que compreende a uma dose de 0.50 mg de levonorgestrel + 100 μg de Etinilestradiol em duas tomadas com intervalo de 12 horas. Ele deve ser usado até 72 horas após a relação sexual desprotegida.

Levonorgestrel, que consiste em um comprimido de 1,5 mg ou dois comprimidos de 0,75 mg em uma única dose ou 1 comprimido a cada 12 horas. O uso deve ser feito até 5 dias após a relação sexual desprotegida, mas a eficácia é maior quanto antes for utilizado. Esta opção está disponível também no Sistema Único de Saúde.

Como tomar a pílula do seguinte?

Isso vai depender de acordo com o método escolhido. Vale consultar no serviço de saúde que disponibiliza o remédio ou o seu ginecologista de confiança.

Quais são os efeitos colaterais da pílula do dia seguinte?

“Os efeitos dependerão da medicação utilizada, da fase do ciclo em que se encontra a paciente e do organismo de cada um. Em geral, quem toma a pílula do dia seguinte pode sentir náuseas, vômitos e dores de cabeça. Em alguns casos, a menstruação também pode ser afetada, antecipando ou atrasando esse momento, além da possibilidade do aumento do fluxo”, afirma a ginecologista.

A pílula do dia seguinte atrasa menstruação?

Sim. Entretanto, vale lembrar, outros motivos também podem causar mudanças no ciclo. “A menstruação pode passar um mês sem vir ou atrasar em razão do estresse ou da ansiedade sobre a expectativa de quando vem esse fluxo. O que eu oriento é que aguarde e observe, estando preparada, sempre com acompanhamento médico”, explica.

Quanto tempo a pílula do dia seguinte fica no organismo?

“A pílula do dia seguinte tem efeito reservado ao momento em que ela é usada. Ela não tem efeito contraceptivo de longo prazo nem nos dias subsequentes à ingestão. Para o próximo ciclo, será necessário lançar mão de outro método de proteção”, afirma a médica.

Há algo que pode cortar o efeito da pílula do dia seguinte?

“Precisamos prestar atenção no vômito. Se apresentar vômito em até duas depois da ingestão da medicação, é recomendado que você repita a dose. De resto, não há algo que corte o efeito, por ser pontual”, diz.

Tomo anticoncepcional e tomei a pílula do dia seguinte. Posso engravidar?

Quem toma anticoncepcional de modo correto e regular, respeitando horários e intervalos ou ainda acompanhando a inserção (no caso de anéis ou dispositivos intrauterinos), tem chances muito baixas de engravidar após uma relação sexual sem proteção por barreira física. A eficácia dos anticoncepcionais, quando bem utilizados, é muito alta.

“Entretanto, quem sentiu medo por tomar errado, acreditar que esqueceu ou qualquer episódio do gênero a chance é bem pequena, mas desde que se respeite o intervalo de tempo previsto naquele tipo de pílula anticoncepcional. Quanto mais cedo se toma, menores as chances de engravidar”, aponta a ginecologista.

Quantas vezes posso tomar a pílula do dia seguinte?

Não existe uma indicação do limite de vezes que se toma. Entretanto, os médicos indicam que a pessoa que está evitando uma gestação procure um método contraceptivo de longo prazo, mais assertivo, e que também divida a responsabilidade com o parceiro, inclusive por meio de uma combinação desses métodos. Vale dizer ainda que outras questões estão em jogo ao transar sem proteção, caso das infecções sexualmente transmissíveis.

“A pílula do dia seguinte deve ser exceção, e não regra. É uma dosagem hormonal grande, que desregula o ciclo e causa efeitos colaterais. Se precisar, acabar acontecendo, uma vez na vida ou outra, ela é melhor do que uma gravidez indesejada, mas a recorrência é desnecessária, pois podemos escolher um método contraceptivo mais adequado”, finaliza.