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Idoso tem reversão dos sintomas de Alzheimer com óleo de cannabis

Cada vez mais as pessoas estão reconhecendo a cannabis como uma poderosa planta para tratar diversas doenças.

Os sintomas de Alzheimer progridem rapidamente, e não existe, ainda, um medicamento disponível capaz de reduzir e até reverter estes sintomas, que se manifestam em mudanças de humor, falhas de memória e sono prejudicado.

Mas, para o Sr. Delvi Ruver, de 78 anos, as coisas estão sendo diferentes graças ao tratamento com óleo de cannabis que ele está recebendo desde 2017, por uma iniciativa de sua neta, a farmacêutica Ana Carolina Ruver Martins.

Ana já estava envolvida em estudos com óleo de cannabis, mas era para o tratamento de Parkinson. Com a evolução dos sintomas de Alzheimer no avô, ela viu a possibilidade de pesquisar sobre a cannabis para essa doença também. E deu certo!

Em 2017, o Sr. Delci passou a usar, diariamente, 500 microgramas de extrato de cannabis, com maior concentração de THC (a substância psicoativa da planta). Atualmente, ele continua utilizando gotas antes de dormir.

“Sou outra pessoa agora e todo mundo tem percebido isso. Meu dia a dia mudou em tudo. Eu me esquecia de coisas básicas, saía de casa para ir a um lugar e parava em outro totalmente diferente. Agora não, eu vou e volto, durmo bem, acordo mais disposto e faço meu chimarrão”, conta Seu Delci.

Graças ao novo tratamento, a vida melhorou muito para Sr. Delci e para sua esposa, Maria Ruth Gayer Ruver, de 77 anos.

“Era complicado deixá-lo sozinho. Passei a dormir só depois que ele se deitava por medo de ele esquecer o fogão ligado ou sair de casa. Ele esquecia a porteira aberta e não podia mais ficar perto do açude pelo risco de algum acidente. Agora ele já percebe detalhes importantes e dá para levarmos uma vida mais tranquila”, comenta a companheira.
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O estudo está sendo realizado o Paraná, pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). Para ter acesso à planta, a Universidade conta com o apoio da Abrace, primeira instituição do país autorizada pela Justiça para cultivar maconha medicinal.

“Os sintomas de Alzheimer evoluem muito rápido. Em aproximadamente em cinco anos após o diagnóstico, o paciente tem perda cognitiva significativa. Esse dado é importante porque nenhum medicamento convencional disponível hoje é capaz de barrar a progressão da doença, além do fato de não promover uma recuperação da autonomia, como observamos nesse paciente”, explicou a farmacêutica à Folha de Londrina.

Com o uso da cannabis medicinal, após 22 meses de acompanhamento, o Sr. Delci teve reversão dos sintomas. Foram observadas melhoras no humor, sono e memória.

De acordo com Ana, quando o THC e CBD (dois principais compostos da cannabis) são combinados, é possível observar efeitos neuroprotetores das substâncias.

Agora, com o sucesso observado no caso do Sr. Delci, no segundo semestre de 2021, 28 pacientes com Alzheimer passaram a ser acompanhados para a pesquisa.